Estratégias de arquitetura de software: escolhendo entre hi-code, low-code e no-code

Tecnologia

07/03/2024

Saiba quando implementar hi-code, low-code e no-code na arquitetura de software. Otimize eficiência de desenvolvimento e alcance os melhores resultados.

O desenvolvimento de software passou por uma evolução notável ao longo dos anos, proporcionando às empresas ferramentas poderosas para criar soluções sem depender exclusivamente de equipes de desenvolvimento altamente técnicas.

Duas abordagens que ganharam destaque nessa revolução são o low-code e o no-code, que cada vez mais são uma alternativa à arquitetura tradicional de hi-code. Se você é um desenvolvedor, arquiteto ou gestor de projetos de software, provavelmente já se deparou com esses termos.

Mas o que eles significam e quando devem ser utilizados na sua solução? Neste artigo, exploraremos quando é apropriado usar cada uma deles para atender às necessidades específicas do seu projeto.

O que é hi-code

Hi-code, abreviação de high-code (alta programação), é uma abordagem de desenvolvimento de software que se caracteriza pelo uso extensivo de código personalizado, escrito por especialistas, para criar soluções sob medida.

Nessa abordagem, os desenvolvedores cuidam do código-fonte do início ao fim, projetando e implementando soluções de acordo com os requisitos específicos do projeto. A característica fundamental do hi-code é o controle total que os desenvolvedores têm sobre o processo de desenvolvimento.

O que é low-code?

Low-code é a abreviação de low-code development (desenvolvimento com pouco código). Essa abordagem se concentra em minimizar a quantidade de código manual que os desenvolvedores precisam escrever para criar as aplicações. Em vez disso, fornece componentes pré-construídos e uma interface visual amigável que acelera o desenvolvimento de software.

O que é no-code?

O no-code (ou sem código) é uma abordagem de desenvolvimento que permite que indivíduos, incluindo aqueles sem habilidades de programação, criem aplicações e soluções de software.

Nessa metodologia, o processo de desenvolvimento dos produtos é baseado em interfaces visuais e ferramentas intuitivas, eliminando a necessidade de escrever código manual.

Vantagens e desvantagens do hi-code

A abordagem hi-code no desenvolvimento de software tem suas vantagens e desvantagens, que variam dependendo das necessidades e objetivos do projeto.

Vantagens
  • Controle total: desenvolvedores têm controle completo sobre o código-fonte e a arquitetura do software. Isso permite a criação de soluções altamente personalizadas que atendem a requisitos específicos;
  • Flexibilidade: o hi-code oferece flexibilidade para criar qualquer funcionalidade desejada, e personalizar cada aspecto do aplicativo, tornando-o adequado para projetos customizados;
  • Adaptação a requisitos complexos: é a escolha ideal para projetos com requisitos técnicos complexos e exclusivos, incluindo sistemas empresariais, aplicações de missão crítica e soluções que envolvem cálculos sofisticados e manipulação de dados.
Desvantagens
  • Custo e tempo: o desenvolvimento pode ser mais caro e demorado devido à necessidade de escrever código personalizado do zero, o que pode aumentar os custos do projeto;
  • Necessidade de habilidades avançadas: requer uma equipe com desenvolvedores altamente qualificados, o que pode ser difícil de montar e dispendioso;
  • Manutenção complexa: a manutenção a longo prazo pode ser desafiadora devido à complexidade do código personalizado e à necessidade de atualizações regulares;
  • Menos adequado para projetos simples: para projetos simples ou prototipagem rápida, o hi-code pode ser excessivamente complexo e demorado.

Vantagens e desvantagens do low-code

As vantagens e desvantagens do low-code no desenvolvimento de software podem afetar a escolha da adoção dessa abordagem.

Vantagens
  • Desenvolvimento rápido: o low-code acelera o desenvolvimento de aplicações, pois fornece componentes pré-construídos e interfaces visuais que reduzem a necessidade de codificação manual;
  • Economia de tempo e recursos: com menos código personalizado, os projetos de low-code são geralmente concluídos mais rapidamente, economizando tempo e recursos;
  • Menos dependência de desenvolvedores: equipes com menos habilidades de programação podem criar aplicações com low-code, o que reduz a dependência de desenvolvedores altamente qualificados;
  • Adaptação e personalização: embora use componentes pré-construídos, o low-code permite a personalização e extensão de funcionalidades para atender a requisitos específicos;
  • Integração simples: muitas plataformas low-code oferecem integração fácil com sistemas externos por meio de conectores e APIs pré-construídos.
Desvantagens
  • Limitações na complexidade: projetos altamente complexos ou que exigem controle total sobre a arquitetura podem encontrar limitações no low-code, pois a flexibilidade de personalização é reduzida;
  • Custos a longo prazo: embora economize tempo inicialmente, os custos de licenciamento de plataformas low-code podem se acumular a longo prazo;
  • Manutenção limitada: dependendo da plataforma, a manutenção e atualização contínua das aplicações low-code podem ser limitadas, tornando a escalabilidade e a evolução mais desafiadoras;
  • Segurança e conformidade: em setores altamente regulamentados, o low-code pode apresentar desafios em termos de segurança e conformidade;
  • Complexidade técnica crescente: à medida que as aplicações low-code crescem em complexidade, a manutenção e a solução de problemas podem se tornar mais difíceis.

Vantagens e desvantagens do no-code

Conhecer os pontos positivos e negativos do desenvolvimento no-code são fundamentais para a escolha desse modelo de desenvolvimento.

Vantagens
  • Acessibilidade: o no-code permite que pessoas sem habilidades de programação criem aplicações. Isso democratiza o desenvolvimento, tornando-o acessível a uma ampla gama de profissionais;
  • Desenvolvimento rápido: como as ferramentas no-code são baseadas em interfaces visuais e componentes pré-construídos, o desenvolvimento é mais rápido do que o desenvolvimento tradicional;
  • Redução de custos: o no-code reduz a necessidade de equipes de desenvolvimento altamente especializadas, o que pode resultar em economia de custos;
  • Facilidade de uso: plataformas no-code são projetadas para serem intuitivas e de fácil uso, o que acelera a criação de soluções;
  • Agilidade: com o no-code, é mais fácil prototipar e iterar rapidamente em aplicações, o que é valioso para startups e projetos de inovação.
Desvantagens
  • Limitações na complexidade: o no-code pode ser limitado para projetos altamente complexos ou que exigem um alto nível de personalização e controle sobre a arquitetura;
  • Dependência de plataformas: as aplicações criadas com no-code muitas vezes dependem das plataformas específicas em que foram construídas, o que pode criar lock-in e limitar a portabilidade;
  • Personalização restrita: a personalização em projetos no-code pode ser limitada, o que pode ser um problema para necessidades específicas;
  • Integração complexa: embora haja suporte para integrações, a complexidade pode aumentar à medida que os aplicações no-code crescem e precisam se integrar a sistemas externos;
  • Segurança e conformidade: em setores altamente regulamentados, a segurança e a conformidade podem ser desafios, já que o no-code pode ter limitações nesses aspectos.

Hi-code, low-code ou no-code: qual modelo escolher para arquitetura de software?

A escolha entre hi-code, low-code e no-code na arquitetura de software depende de vários fatores, incluindo a natureza do projeto, seus requisitos específicos e as restrições do contexto de trabalho. A decisão pode ser baseada em considerações como:

Complexidade do software

Para sistemas altamente complexos, a abordagem hi-code é a escolha certa. Ela oferece flexibilidade total para criar soluções altamente personalizadas, permitindo a implementação de funcionalidades avançadas e específicas do negócio.

Velocidade de desenvolvimento

Se você precisa de um desenvolvimento rápido de software e tem restrições quanto à disponibilidade de mão de obra, o low-code ou no-code podem ser a escolha certa. Eles oferecem ferramentas e componentes que podem acelerar significativamente o processo de desenvolvimento. Essas arquiteturas são especialmente úteis para projetos com prazos apertados.

Habilidades da equipe

Avalie as habilidades técnicas da equipe. Se você tem desenvolvedores altamente qualificados, pode ser eficiente usar a abordagem hi-code. Se a equipe não tem muita experiência em programação, low-code ou no-code são acessíveis até mesmo para usuários não técnicos, sendo mais amigáveis para equipes que não têm especialistas em desenvolvimento.

Custo e orçamento

Considere o orçamento disponível. As ferramentas low-code e no-code normalmente são mais econômicas em termos de custos de desenvolvimento e manutenção, tornando-as ideais para organizações com orçamentos de TI limitados.

Manutenção e escalabilidade

Pondere as necessidades de manutenção a longo prazo e a escalabilidade do software. Sistemas hi-code podem oferecer maior flexibilidade, mas requerem mais esforço de manutenção, especialmente em projetos de longo prazo.

Low-code e no-code podem ser fáceis de manter, mas podem ter limitações em termos de escalabilidade. É importante considerar as necessidades futuras de expansão do sistema.

Requisitos de personalização

Considere o grau de personalização necessário. Se o software precisa ser altamente personalizado e atender a requisitos específicos, hi-code é a escolha mais acertada.

Segurança e conformidade

Todas as abordagens devem atender aos requisitos de segurança e conformidade do projeto. É essencial avaliar a conformidade com regulamentos específicos do setor, e garantir que as abordagens escolhidas atendam a essas necessidades.

Integrações e ecossistema

Considere a necessidade de integração com outros softwares e serviços. Algumas abordagens podem facilitar ou complicar a conexão com sistemas externos. A escolha dependerá dos requisitos do projeto e da compatibilidade com o ecossistema de arquitetura já existente.

Boas práticas de arquitetura e DevOps em hi-code, low-code e no-code

É importante considerar as boas práticas de arquitetura e devops na sua solução, independentemente do modelo escolhido. Cada uma das abordagens têm suas peculiaridades, e é importante adaptá-las de acordo com as necessidades do projeto.

Hi-code

A arquitetura do software é uma parte essencial da abordagem hi-code. Os desenvolvedores projetam a estrutura do sistema, definem como os componentes interagem e como os dados são armazenados e processados.

A integração com práticas de DevOps é comum em projetos hi-code, permitindo a implantação contínua, a automação de processos e a entrega rápida.

  • Design de arquitetura sólida: planeje uma arquitetura robusta e escalável que atenda aos requisitos do projeto;
  • Controle de versões: use sistemas de controle de versões, como Git, para rastrear e gerenciar o código-fonte. Isso é fundamental para colaboração e rastreamento de alterações;
  • Testes automatizados: implemente testes unitários, de integração e de aceitação para garantir a qualidade do código e reduzir erros;
  • Integração Contínua e Entrega Contínua (CI/CD): configure pipelines de CI/CD para automatizar a compilação, teste e implantação. Isso acelera o ciclo de desenvolvimento e garante a entrega contínua de software;
  • Monitoramento e logging: implemente ferramentas de monitoramento e geração de registros para acompanhar o desempenho do aplicativo e identificar problemas rapidamente;
  • Segurança: adote práticas de segurança sólidas, como varreduras de vulnerabilidades, autenticação e autorização adequadas e criptografia.

Low-code

A arquitetura é um elemento-chave em projetos low-code. Embora ele simplifique o desenvolvimento, é essencial planejar uma arquitetura sólida para garantir escalabilidade, segurança e integração eficiente.

Além disso, a integração com práticas de DevOps é fundamental. As equipes de DevOps podem adaptar processos de implantação contínua e automação para garantir que as atualizações sejam implementadas de maneira eficiente.

  • Arquitetura modular: planeje uma arquitetura modular para facilitar a expansão e a manutenção à medida que a aplicação cresce;
  • Testes e validação: realize testes de integração e validação para garantir que os componentes funcionem conforme o esperado e estejam alinhados com os requisitos de negócios;
  • CI/CD adaptado: adapte os processos de CI/CD para incluir a implantação de soluções de low-code. Isso pode envolver testes, integração e implantação automatizados;
  • Escalabilidade planejada: avalie a escalabilidade da solução e planeje ajustes à medida que o uso cresce. Certifique-se de que a plataforma de low-code possa atender a demanda;
  • Segurança e conformidade: mantenha os padrões de segurança e conformidade em mente, mesmo ao usar soluções de low-code. Isso é especialmente importante em setores regulamentados.

No-code

Em projetos no-code, a arquitetura é simplificada e frequentemente gerenciada pela plataforma. Os usuários podem criar fluxos de trabalho e aplicações sem se preocupar com detalhes arquitetônicos complexos.

Embora o no-code simplifique o desenvolvimento, a integração com práticas de DevOps pode ser desafiadora. As equipes de DevOps podem precisar se adaptar a ferramentas e fluxos de trabalho específicos da plataforma no-code para garantir a implantação contínua e a automação de processos.

  • Fluxos de trabalho simplificados: projete fluxos de trabalho simples e diretos, minimizando a complexidade, para garantir que os usuários não técnicos possam criar soluções facilmente;
  • Testes de usuário: realize testes de usuário para garantir que as soluções no-code atendam às necessidades reais dos usuários finais;
  • Segurança simples: mantenha a segurança simplificada e baseada em permissões para proteger os dados e garantir o acesso adequado;
  • Auditoria e registro de atividades: registre as atividades dos usuários no-code para fins de auditoria e monitoramento.

Independentemente da abordagem de desenvolvimento escolhida, é essencial que a arquitetura de software e as práticas de DevOps estejam alinhadas com os objetivos do projeto e as necessidades da organização.

A escolha entre hi-code, low-code e no-code não deve comprometer a qualidade da solução. Em vez disso, a abordagem deve ser adaptada para atender eficazmente às metas do projeto e às habilidades da equipe.

Como deu para perceber, não existe uma resposta única para a questão de quando utilizar hi-code, low-code ou no-code na sua solução. Cada abordagem tem seus prós e contras, e cabe a você avaliar qual delas se adapta melhor às suas necessidades e expectativas.

O importante é não se limitar a uma única opção, mas sim explorar as diferentes possibilidades que o mercado oferece para o desenvolvimento de software.

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