SOLID, KISS, YAGNI, DRY, DDD, TDD são princípios de design e arquitetura de softwares que devem ser aplicados durante o desenvolvimento de um sistema, caso o objetivo seja alcançar um produto de alta performance. Esses conceitos ditam boas práticas para guiar os desenvolvedores e garantir que o resultado final do projeto seja satisfatório.

Neste artigo falaremos sobre os seis princípios que podem ser aplicados independentemente do tipo de serviço, para desenvolver softwares e garantir uma boa entrega. Mostramos ainda quais são os benefícios de cada um deles. Confira!

Entregar um software de qualidade é o objetivo de qualquer desenvolvedor. Mas o que pode ser classificado como um bom sistema, e como é possível obter um?

De modo geral, pode-se dizer que um software de qualidade é aquele que é funcional, capaz de atender as necessidades e expectativas do usuário, e que cumpre com o seu propósito de uso.

Para o obter essa solução, é preciso compreender que o produto é desenvolvido para solucionar um problema (ou dor) de um cliente. No entanto, só ter essa compreensão não é suficiente para desenvolver um bom produto. As equipes precisam aplicar métodos e estratégias que ajudam na usabilidade, performance e design do produto, a fim de tornar a experiência do usuário satisfatória.

Existem seis princípios de design e arquitetura de softwares que devem ser seguidos, caso o objetivo dos desenvolvedores seja entregar um bom produto. São eles:

O método SOLID foi criado por Robert C. Martin, o Tio Bob, uma das grandes personalidades da Tecnologia da Informação e autor de vários livros sobre o tema. Esse conceito é composto pela junção de 5 princípios, que tem como objetivo deixar os softwares mais simples, efetivos e escaláveis:

Single Responsibility principle (responsabilidade única): esse princípio diz que uma classe deve ter uma apenas uma responsabilidade. Ou seja, cada módulo deve cumprir unicamente a sua responsabilidade, o que evita interferência de umas nas outras.

Open-Closed principle (aberto/fechado): segundo esse princípio, todos os componentes de um software, como classes e módulos, precisam ser abertos para conexão e fechados para modificação. Dessa forma, deve-se garantir que o comportamento dos componentes possa ser alterado sem a necessidade de editar ou recompilar.

Liskov Substitution principle (substituição de Liskov): o princípio da substituição de Liskov ensina que objetos de uma classe devem oferecer a possibilidade de substituição entre si, sem que haja a quebra da aplicação no processo. Para isso, é importante que esses objetos se comportem da mesma maneira.

Interface Segregation principle (segregação de interface): como regra, o Princípio da Segregação de Interface diz que interfaces muito grandes devem ser divididas em partes menores, tornando-as mais específicas. A ideia central desse princípio é que o cliente não precise acessar métodos que ele não usa, por isso as interfaces devem ter apenas uma responsabilidade.

Dependency Inversion principle (inversão de dependência): esse princípio considera que os módulos de alto nível não podem ser dependentes de módulos de baixo nível. Portanto, as classes devem ser desacopladas e flexíveis, de modo que as mudanças possam ser implementadas sem prejudicar outras partes do sistema.

A KISS significa "Keep It Simple, Stupid" (mantenha simples, idiota), e serve para lembrar ao desenvolvedor a importância de manter o processo de desenvolvimento o mais simples possível. Isso deve ser aplicado em todos os casos, desde o planejamento de um software até a criação de blocos códigos.

Esse princípio parte da ideia que toda complexidade é um empecilho, podendo deixar o código mais confuso, dificultando o processo. Ele ainda determina que há mais valor em uma solução compreensível do que em uma inteligente.

Portanto, deve-se evitar recursos complexos. Para isso, o desenvolvedor deve dar preferência para à aplicação da responsabilidade única, organização de código e demais ações que deixem o processo mais simples. Ou seja, para o princípio KISS, menos é mais!

O YAGNI, sigla para “You Aren’t Gonna Need It” (você não vai precisar disso) é um princípio que aponta que novos recursos só devem ser aplicados quando necessários. Assim como o princípio KISS, o YAGNI também preza pela simplicidade, evitando que o software colecione funções que não precisa.

O objetivo é tornar o processo mais eficiente, por meio da eliminação de módulos e funcionalidades que não agregam em nada ao usuário. Dessa forma, desenvolvedores podem utilizar melhor o seu tempo e recursos, destinando-os para pontos realmente necessários para o projeto.

O DRY - Don’t Repeat Yourself (Não se repita), é um princípio fundamental da programação que prega a redução na repetição de informações. Ele foi criado por Andy Hunt e Dave Thomas, referências da Programação, e é um dos mais críticos para o desenvolvimento de softwares.

Para os autores, o programador deve possuir a habilidade de reconhecer e eliminar duplicidades, a fim de produzir códigos mais limpos e funcionais. Para isso, é recomendado dividir códigos em segmentos mais pequenos, pois é mais fácil administrá-los e identificar as não conformidades.

A duplicação pode levar a bugs e complexidade desnecessária, pois ela aumenta a base de códigos que não são precisos. No entanto, o princípio diz que o programador pode utilizar códigos quando houver demanda, pois isso facilita alterações futuras.

A sigla DDD refere-se a Domain-Driven Design (Design Dirigido por Domínio), e fala sobre a importância de se ter domínio sobre o sistema. O foco principal desse conceito é garantir que o design de software esteja de acordo com um domínio de negócio.

O termo domínio de sistema refere-se ao problema que o software pretende resolver. Para isso, é preciso que os desenvolvedores tenham pleno conhecimento desse problema, a fim de garantir alinhamento entre a necessidade e o sistema entregue ao cliente.

No DDD, a separação de domínio e tecnologia precisa estar presente na arquitetura do software. Ou seja, o design de sistema deve ser feito com base no domínio, não em tecnologias de programação.

Dessa forma, deve-se garantir que o software entregue reflita claramente o propósito de sua criação. Além disso, esse princípio engloba conceitos diversos, como isolamento de responsabilidade, desacoplamento, entre outros.

O princípio TDD, Test Driven Development (Desenvolvimento Orientado a Testes), fala sobre a importância e necessidade da aplicação de testes nas funcionalidades do software. Esses testes devem ser aplicados antes das implementações, desde a fase inicial do desenvolvimento.

Muitas vezes, esses testes são negligenciados, pois alguns desenvolvedores acreditam que eles podem gerar um gasto de tempo e recursos. No entanto, eles podem ser de grande ajuda na manutenção dos códigos, principalmente a longo prazo.

Os conceitos acima são boas práticas que devem ser adotadas na hora de desenvolver um software. São importantes, pois elas garantem a entrega de um sistema de alta qualidade, que atende aos requisitos do negócio e cumpre com as expectativas do cliente.

Ao negligenciar esses conceitos, os desenvolvedores assumem o risco de entregar um projeto abaixo do esperado, que pode apresentar bugs e outros problemas que exigem a necessidade de correções e retrabalhos. Além disso, correm o risco de desgastar a relação e a confiança do cliente, uma vez que precisam realizar mudanças.

É importante salientar, ainda, que os princípios precisam ser medidos pelos desenvolvedores para que possam analisar seu desempenho e garantir a obtenção dos resultados esperados. Essa medição pode ser feita por meio de indicadores e ajustes nos processos, incluindo pequenos artefatos (passos) no fluxo de desenvolvimento, que podem ser manuais ou automatizados.

Viu como os princípios são importantes para o desenvolvimento de um software de qualidade? Para aplicá-los e medir o seu desempenho, conte com a Lazaros para ajudar!